Política de Cotas (Wikipédia)
A aplicação de
políticas de cotas em qualquer sociedade, sejam raciais, de gênero
sexual ou sócio-econômicas, têm por objetivo desenvolver a
igualdade social, e visam atingir metas que aspiram a uma maior
igualdade social, e são necessárias para corrigir erros históricos
como a escravidão dos negros. Justifica-se para certos grupos
específicos, em razão de algum processo histórico depreciativo,
que impõem maior dificuldade no aproveitamento das oportunidades que
surgem no mercado de trabalho, bem como o fato de frequentemente
serem vítimas de discriminações nas suas interações com a
sociedade. Existem ainda as reservas de vagas para deficientes
físicos. No Brasil, essas políticas começam em 2000, com a
aprovação da lei estadual 3.524/00 (universidades estaduais, redes
públicas municipal e estadual de ensino do Rio de Janeiro). A lei
3.708/01 institui o sistema de cotas para estudantes denominados
negros ou pardos (40% das vagas das universidades estaduais do Rio de
Janeiro). No Brasil, a Lei federal 10.558/2002, conhecida como "Lei
de Cotas", "Cria o Programa Diversidade na Universidade, e
dá outras providências". Tem também o "Estatuto da
Igualdade Racial", como é conhecida a Lei 12.288/2010.
Nos últimos anos têm
aumentado a presença de atores, repórteres e apresentadores
afro-descendentes na TV, principalmente devido à reivindicação de
grupos que defendem os direitos dos negros), além de comerciais de
TV, nas Universidades públicas e também nas Universidades
particulares, através do PROUNI.
As políticas de cotas
de gênero obriga partidos políticos e coligações a terem o mínimo
de 30% de candidatos de cada gênero sexual em chapas que concorram
aos cargos legislativos em eleições municipal, estadual e federal.
As políticas de cotas
sócio-econômicas permitem isenções de pagamento de impostos, de
pagamento de inscrições para concursos e vestibulares a pessoas de
baixa renda.
O conceito de cotização de vagas aplica-se,
geralmente por tempo determinado.
Grupos contrários à sua implantação dizem que
a implantação de cotas fere o direito constitucional da igualdade
que diz que todos são iguais perante a lei.
Uma das contradições relacionadas às cotas de
cunho racial frequentemente citadas diz respeito à
institucionalização do racismo: para alguns críticos, a distinção
de etnias por lei acabaria por agravar o racismo já existente.
Algumas controvérsias específicas às cotas de
cunho racial residem no fato de que seria difícil definir quem teria
direito a tais políticas. Alguns defendem o critério de auto-declaração, outros defendem a instauração de uma comissão de
avaliadores que, baseados em critérios objetivos e subjetivos,
decidiriam quem teria direito às cotas. Esta questão não é ponto
pacífico, pois não há consenso sobre o tema. Em geral, as cotas
raciais são voltadas para a população auto-declarada negra -
podendo abranger os pardos que se declarem negros. Um caso ocorrido
em 2007 na Universidade de Brasília, reacendeu a polêmica, pois
dois gêmeos uni-vitelinos foram classificados como sendo de etnias
diferentes.
Ações de inconstitucionalidade já foram
propostas por alguns políticos e entidades da sociedade civil contra
o sistema de cotas. Outros também se mobilizaram na defesa da
reserva de vagas.
Ocorre também que, ao analisar o sistema de
cotas, sua aplicabilidade e seus possíveis bônus ou ônus, deve-se
perceber que qualquer ação afirmativa, que busca transpor as
desigualdades e a igualdade material (utopicamente), deve ser
aplicada por um determinado tempo, ou seja, não é um instituto que
deva ser aplicado com um finalidade definitiva. Juntamente a isso, há
de se entender que as ações afirmativas, como o sistema de cotas,
devem possuir ações conjuntas, atacando o problema desde a sua
raiz, pois nenhum problema social foge da deficiência das estruturas
de base, como educação, distribuição de renda, falta de
oportunidade, e outros.
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Intelectuais fazem manifesto pró-cotas
Rafael Cariello | da
Folha de S.Paulo
Os principais intelectuais brasileiros estão divididos sobre a implementação de cotas para negros no ensino superior, no serviço público e no mercado de trabalho, em discussão no Congresso Nacional.
Após a divulgação, na semana passada, de um manifesto contrário à aprovação dos projetos da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial, intitulado "Todos têm direitos iguais na República" e assinado por 114 pessoas, com nomes como Wanderley Guilherme dos Santos (cientista político), Renato Lessa (cientista político), Manolo Florentino (historiador), Ferreira Gullar (poeta) e Caetano Veloso (compositor), outro grupo expressivo de importantes intelectuais do país terminou de preparar ontem um texto favorável às cotas.
O "Manifesto em favor da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial", que deve seguir o caminho já feito pelo texto adversário e ser entregue hoje ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defende os projetos em discussão no Congresso que propõem o estabelecimento de cotas raciais no serviço público e nas universidades e que cria incentivos para relações comerciais do poder público com empresas privadas que utilizem cotas para negros na contratação de funcionários.
O texto é subscrito por mais de 300 nomes, entre eles os de Abdias do Nascimento (militante do movimento negro, ex-senador pelo PDT-RJ), Eduardo Viveiros de Castro (antropólogo), Emir Sader (sociólogo), Fábio Konder Comparato (advogado), Francisco Carlos Teixeira da Silva (historiador) e Otávio Velho (antropólogo).
Os principais intelectuais brasileiros estão divididos sobre a implementação de cotas para negros no ensino superior, no serviço público e no mercado de trabalho, em discussão no Congresso Nacional.
Após a divulgação, na semana passada, de um manifesto contrário à aprovação dos projetos da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial, intitulado "Todos têm direitos iguais na República" e assinado por 114 pessoas, com nomes como Wanderley Guilherme dos Santos (cientista político), Renato Lessa (cientista político), Manolo Florentino (historiador), Ferreira Gullar (poeta) e Caetano Veloso (compositor), outro grupo expressivo de importantes intelectuais do país terminou de preparar ontem um texto favorável às cotas.
O "Manifesto em favor da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial", que deve seguir o caminho já feito pelo texto adversário e ser entregue hoje ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defende os projetos em discussão no Congresso que propõem o estabelecimento de cotas raciais no serviço público e nas universidades e que cria incentivos para relações comerciais do poder público com empresas privadas que utilizem cotas para negros na contratação de funcionários.
O texto é subscrito por mais de 300 nomes, entre eles os de Abdias do Nascimento (militante do movimento negro, ex-senador pelo PDT-RJ), Eduardo Viveiros de Castro (antropólogo), Emir Sader (sociólogo), Fábio Konder Comparato (advogado), Francisco Carlos Teixeira da Silva (historiador) e Otávio Velho (antropólogo).
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