Jabá:
o quê é isso mesmo?
Os
grandes conglomerados empresariais da música, ainda hoje,
utilizam-se de uma prática comercial profundamente danosa à
diversidade cultural brasileira, impingindo ao público ouvinte, de
emissoras de rádio e de TV, um número reduzido de músicas, com a
única intenção de manipulação de seus gostos musicais,
direcionando o mercado consumidor segundo os seus próprios
interesses. Esse artifício é conhecido como jabaculê
- ou
jabá
-,
um termo largamente utilizado na indústria da música brasileira
para denominar essa espécie de suborno, onde estas empresas pagam,
àquelas emissoras, pela execução de certas músicas de
determinados artistas de seus catálogos.
Essa
prática foi criminalizada em 2006 pela Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara dos Deputados do Brasil, estabelecendo penas que
variam de multa a detenção de um a dois anos, além da cassação
da emissora que receber o dinheiro para colocar uma música no ar.
Já
há alguns anos, os músicos brasileiros, organizados em torno do
Fórum Nacional da Música, vêm discutindo políticas públicas para
a área, incluindo aí o problema do combate ao jabá. Em 2005,
durante as reuniões da Câmara Setorial de Música, eles elaboram um
extenso documento (que pode ser encontrado aqui:
http://bit.ly/w1NzCz)
onde
esse assunto já era tratado.
Outros
setores da música também se debruçam sobre o tema há algum tempo,
como, por exemplo, o Movimento
pelo Fim do Jabá.
Segundo Bruno Zornitta, em relato de uma reunião realizada no
dia
9 de maio de 2006,
no Circo Voador, Rio de Janeiro-RJ,
onde participaram cerca
de 50 pessoas ligadas a esse Movimento, algumas ações foram
acertadas: “Primeiro, a advogada Deborah Sztajnberg informou sobre
o andamento do projeto de lei 1048/03, do deputado federal Fernando
Ferro (PT-PE), que criminaliza o jabá, e esclareceu dúvidas dos
participantes da reunião. Ela disse que o projeto foi aprovado nas
Comissões de Educação e Cultura; e de Ciência, Tecnologia,
Comunicação e Informática. Agora tramita na Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania, tendo recebido voto
favorável do relator, deputado Jamil Murad (PCdoB-SP), no último
dia sete de abril.”
A
advogada explicou “que o abaixo-assinado que o movimento está
organizando serve para pressionar o poder público, mostrando aos
parlamentares que o projeto tem o respaldo da sociedade civil. Ela
ressalvou que o abaixo-assinado não deve ser confundido com projeto
de Lei de Iniciativa Popular.”
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